As 10 cidades brasileiras que mais emitem CO2e

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  • ODS15 – Vida Terrestre – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
  • As 10 cidades brasileiras que mais emitem CO2e
  • Informações do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Municípios

As 10 cidades brasileiras que mais emitem CO2e

A primeira edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Municípios, iniciativa do Observatório do Clima calculou as emissões de gases de efeito estufa dos 5570 municípios brasileiros. O levantamento realizado de 2000 a 2018 detalhou as diferentes fontes de emissões nos setores de energia, agropecuária, transporte, indústria, tratamento de resíduos e mudanças de uso da terra e florestas. 

No ranking das 10 cidades brasileiras que mais geram CO2, sete estão na Amazônia. E as mesmas sete cidades, também estão no topo da lista de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) conforme apuração feita este ano pelo jornal O Globo. Juntos, os dez municípios emitem 172 milhões de toneladas brutas de gás carbônico. A quantidade emitida é maior que de países como Peru, Bélgica ou Filipinas.

1 – São Félix do Xingu (PA) – 2 ° lugar na taxa de desmatamento

2- Altamira (PA) – 1 ° lugar na taxa de desmatamento

3- Porto Velho (RO) – 3 ° lugar na taxa de desmatamento

4- São Paulo (SP)

5- Pacajá (PA) – 6 ° lugar na taxa de desmatamento

6- Colniza (MT) – 12 ° lugar na taxa de desmatamento

7- Lábrea (AM) – 4 ° lugar na taxa de desmatamento

8- Novo Repartimento (PA) – 18 ° lugar na taxa de desmatamento

9- Rio de Janeiro (RJ)

10- Serra (ES)

Os dados completos estão disponíveis na plataforma
http://seeg.eco.br.

Mudança de uso da terra (MUT) e florestas

  • Os maiores emissores (emissões brutas) nacionais estão na Amazônia, principalmente no estado do Pará;
  • Grandes municípios em área na Amazônia, no Pará e Amazonas, e com grande proporção de áreas protegidas e área de floresta apresentam as maiores remoções brutas;
  • Alguns dos menores municípios na Amazônia (< 140 mil hectares) são os maiores emissores por área nesse setor;
  • No Cerrado, entre os maiores emissores estão os municípios na região de expansão da agropecuária no Matopiba (fronteira agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Resíduos

  • As capitais e os municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes são responsáveis por cerca de 30% de todas as emissões do setor;
  • Rio de Janeiro lidera, com 5,6 milhões de toneladas, seguido por São Paulo (5,45 milhões de toneladas) e Fortaleza (1,8 milhões de toneladas);
  • A principal fonte de emissão no setor é pela disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários, controlados ou lixões (64% das emissões do setor) e isso é replicado em 60% dos municípios brasileiros;
  • Nos municípios em que a disposição final não é a principal fonte de emissão, destacam-se as emissões associadas ao tratamento de efluentes líquidos, tanto domésticos quanto industriais;

Energia e processos industriais

  • São Paulo lidera o setor de energia, com 12,4 milhões de toneladas, seguida por Manaus (6,2 milhões de toneladas) e Rio de Janeiro (6 milhões de toneladas);
  • Municípios mais populosos, como as capitais, têm no setor de Energia sua principal fonte de emissões, sobretudo devido ao consumo de combustíveis fósseis (diesel e gasolina) nos transportes;
  • Em processos industriais, Serra (ES) lidera folgadamente, com 10,4 milhões de toneladas, seguida de longe por Vespasiano (MG), 2 milhões de toneladas, e Sete Lagoas (MG), 1 milhão de toneladas;
  • Excluindo as mudanças de uso da terra, os setores de energia e processos industriais são responsáveis pela maior parte das emissões de 9 dos 10 principais emissores;
  • O refino de combustíveis aumenta as emissões em municípios como Duque de Caxias, Paulínia e São José dos Campos, respectivamente 6o, 13o e 14o maiores emissores do país quando se exclui a mudança de uso da terra;
  • Usinas termelétricas fósseis são os principais fatores de emissão em Manaus (49%), Duque de Caxias, RJ (45%), Capivari de Baixo, SC (98%), São Gonçalo do Amarante, CE (95%), Santo Antônio dos Lopes, MA (95%), Macaé, RJ (82%) e Candiota, RS (95%).
  • O setor de processos industriais é marcado pela escassez de dados de atividades que permitam estimativas mais precisas de suas emissões associadas;
  • Florianópolis é a capital do motor: 62% das emissões do município vêm dos transportes. Logo abaixo na lista, empatadas, estão Brasília e Curitiba, com 59%.

Veja o seminário Seminário SEEG 9 com a apresentação dos dados

 

Sobre o SEEG

O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa foi criado em 2012 para atender a uma determinação da PNMC (Política Nacional de Mudanças Climáticas). O decreto que regulamenta a PNMC estabeleceu que o país deveria produzir estimativas anuais de emissão, de forma a acompanhar a execução da política. O governo, porém, não as produziu. Os inventários nacionais, instrumentos fundamentais para conhecer em detalhe o perfil de emissões do país, são publicados apenas de cinco em cinco anos.

O SEEG (seeg.eco.br) foi a primeira iniciativa nacional de produção de estimativas anuais para toda a economia. Ele foi lançado em 2012 e incorporado ao Observatório do Clima em 2013. Hoje, em sua nona edição, é uma das maiores bases de dados nacionais sobre emissões de gases estufa do mundo, compreendendo as emissões brasileiras de cinco setores (Agropecuária, Energia, Mudança de Uso da Terra, Processos Industriais e Resíduos).

As estimativas são geradas segundo as diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).

Sobre o Observatório do Clima

Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 70 organizações integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática. Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil (oc.eco.br).

Fontes de Informação: jornal O Globo, SEEG, Observatório do Clima

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1 Resultado

  1. Jarine disse:

    As duas primeiras cidades, são bem na região de um dos maiores crimes “fantasiado” de desenvolvimento, que é a Usina Hidroeléctrica de Belo Monte.

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