Iniciativas para reduzir (ou banir) garrafas plásticas de água

Iniciativas para reduzir (ou banir) garrafas plásticas de água

A água engarrafada é um dos produtos mais consumidos no mundo e gera 25 milhões de toneladas de resíduos plásticos anualmente

A quantidade de plástico presente na vida das pessoas e nos espaços da Terra é enorme. Ele está no cotidiano de todos, nos diferentes tipos de embalagens, nas sacolas de mercados, nos utensílios de uso pessoal, nas garrafas pet e numa infinidade de objetos.

Hoje, produzimos cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos todos os anos.

Em todo o mundo, um milhão de garrafas plásticas são compradas a cada minuto, enquanto até cinco trilhões de sacolas plásticas são usadas a cada ano. No total, metade de todo o plástico produzido é projetado para fins de uso único – usado apenas uma vez e depois jogado fora.

Além disso, a produção de embalagens plásticas consome uma quantidade enorme de recursos naturais. A fabricação emprega toneladas de metais, madeira e outras fibras vegetais, petróleo e muita energia.

Para piorar, o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos e, até 2040, os volumes de plástico nos oceanos podem triplicar. A estimativa é que entre 23 e 37 milhões de toneladas do material podem ser despejados no mar todos os anos. Como consequência, todas as espécies marinhas serão colocadas em risco. Toda essa poluição também coloca em risco o corpo humano que pode sofrer alterações hormonais e até câncer por conta da contaminação por resíduos plásticos.

Sem dúvida, um dos grandes vilões (vilã, nesse caso) de toda essa poluição é a garrafinha de água plástica. Sim, a maioria das garrafas plásticas parece ser reciclável, mas como menos de 1% do plástico é reciclado mais do que uma vez, a maioria acaba no lixo. É o que concluiu um estudo da Science Advances publicado em 2017, que examinou plásticos feitos entre 1950 e 2015. Se esta tendência continuar, os autores do estudo estimam que haverá mais de 11,7 milhões de quilos de plástico nos aterros sanitários e/ou no meio ambiente em 2050.

A água engarrafada é um dos produtos mais consumidos no mundo, com vendas estimadas em mais de 350 bilhões de litros por ano, de acordo com um recente relatório da ONU sobre a indústria global de água engarrafada, resultando em 25 milhões de toneladas de resíduos plásticos anualmente. Grande parte acaba em aterros ou vai parar no meio ambiente como poluição plástica, causando danos incalculáveis. Algumas cidades estão criando medidas para reduzir e até mesmo eliminar o consumo das nocivas garrafinhas plásticas de água. Confira:

LOS ANGELES (EUA) – Os viajantes do Aeroporto Internacional de Los Angeles não podem mais comprar água em garrafas plásticas descartáveis. Desde julho de 2023, o LAX (Los Angeles International Airport) proibiu a sua venda a todas as empresas que tenham contrato de arrendamento ou concessão com o aeroporto, incluindo máquinas de venda automática.

Em vez de garrafas plásticas de água descartáveis, as empresas do LAX devem agora usar recipientes feitos com alternativas sustentáveis, como alumínio ou vidro recicláveis. Restaurantes, quiosques, salões, máquinas de venda automática e eventos estão sujeitos à nova regra que se aplica a garrafas plásticas descartáveis ​​contendo água purificada não gaseificada e sem sabor, água de nascente, água mineral, água artesiana, água de poço, água de torneira e água enriquecida com eletrólitos. A única isenção à regra é a água engarrafada servida nas aeronaves.

Iniciativas para reduzir (ou banir) garrafas plásticas de água

Crédito: Portal FGV

RIO DE JANEIRO (Brasil) – Desde março de 2023, o projeto Praia Circular chegou à orla carioca com o objetivo de incentivar a redução do consumo de plástico e o turismo sustentável na cidade. O projeto piloto está em operação no Posto 4, na Praia de Copacabana. No local foi instalada uma máquina com gestão inteligente, que fornece água potável e gelada, para evitar que cariocas e turistas consumam o produto em garrafas plásticas descartáveis. Os usuários poderão encher seus utensílios com líquido de qualidade, certificado pelo Inmetro, pagando R$ 1 a cada 500ml.

PARIS (França) – Sede dos próximos Jogos Olímpicos, a “Cidade Luz” quer aproveitar o grande evento para iniciar uma revolução circular. Em vigor desde janeiro de 2022, a Lei dos Resíduos e Economia Circular determina que estabelecimentos comerciais e espaços públicos de Paris devem fornecer gratuitamente água potável para a população local e turistas. Cafés, bares, restaurantes e demais estabelecimentos são obrigados a indicar de forma visível no cardápio ou nas vitrines, o acesso à água gratuita. A medida pretende reduzir a comercialização, circulação e descarte de garrafas plásticas na capital da França e em outras cidades do país. A prefeitura da cidade ainda instalou 1200 bebedouros públicos que podem ser localizados pelo Google Maps .

VENEZA (Itália) – Com uma população de 261 mil habitantes e com mais de 3 milhões de visitantes em 2022, dependendo da época, o turismo em Veneza é responsável por até 40% da produção de resíduos. Para minimizar o impacto ecológico, a cidade colocou em prática uma campanha para incentivar o consumo da água potável disponível gratuitamente na cidade, para evitar o lixo plástico das garrafas descartáveis. Assim como Roma, a cidade italiana dispõe de um sistema de distribuição pública de água potável, oferecidas em 126 torneiras. Nos cálculos do conselho municipal, o número de fontes e sua disposição permitem dizer que turistas têm à sua disposição uma torneira a cada 100 metros.


Você conhece alguma cidade com iniciativas similares? Acredita que sua cidade possa reduzir ou banir as garrafas de água plástica?
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