Rotulagem de carbono ganha força e pode ser obrigatória no Brasil

O que você vai encontrar neste post:

  • Informações sobre a rotulagem de carbono;
  • Exemplos de rotulagem de carbono;
  • Brasil prepara legislação para rotulagem do carbono.
Rotulagem de carbono ganha força e pode ser obrigatória no Brasil

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Há mais de duas décadas, embalagens de alimentos começaram a exibir o conteúdo nutricional de seus produtos. Depois vieram os rótulos com os teores de açúcar, sódio, sal, corantes, calorias, gordura trans e outros químicos presentes. Ao que tudo indica, a próxima tendência levará para as gôndolas dos supermercados produtos etiquetados com a pegada de carbono.

A Carbon Trust, empresa pioneira em consultoria para a “descarbonização” de empresas, governos e organizações em todo o mundo, promoveu em 2020 pesquisa com mais de dez mil consumidores europeus e norte-americanos. O resultado da consulta feita pela YouGov 2020 confirma o apoio do consumidor à rotulagem de carbono. Confira:

  • Dois terços dos entrevistados acreditam que a rotulagem é uma boa ideia;
  • Dois terços dos consumidores (64%) também afirmam serem mais propensos a pensar positivamente sobre uma marca que demonstra que reduziu a pegada de carbono de seus produtos;
  • França, Itália e Espanha são os países com os mais consumidores apoiadores da rotulagem, com 80, 82 e 79 por cento dos entrevistados, respectivamente, dizendo que a medida é uma boa ideia.

Leite de aveia sueco na vanguarda da rotulagem

Crédito da imagem: Oatly

Uma das empresas pioneiras na rotulagem do carbono é a sueca produtora de leite de aveia, Oatly. Há pouco mais de dois anos, a companhia promoveu uma grande campanha em torno de sua pegada de carbono em seus produtos.

Com o mote “Indústria de alimentos – mostre-nos seus números”, a Oatly entrou na vanguarda da transparência ao revelar o gasto energético de cada um de seus produtos

Entram na conta o processamento dos ingredientes com o consumo de eletricidade e gás, o transporte, as emissões relacionadas à fabricação e de materiais de embalagem e a distribuição do produto final da fábrica para o mercado. Os cálculos também levam em consideração que certos transportes são resfriados.

Cadeia de restaurantes americana tem menu com a pegada de carbono

 

Desde 2020, a cadeia de restaurantes Just Salad exibe a pegada de carbono de cada item em seu menu online. A empresa é a primeira cadeia de restaurantes nos EUA com este procedimento. Embora ainda seja um conceito novo, os rótulos de pegada de carbono estão sendo adotados lentamente. Também em 2020, a Unilever divulgou seus planos de exibir rótulos de carbono em seus 75 mil produtos que fabrica, de itens de higiene pessoal a condimentos.

A gigante multinacional afirma em seu site estar comprometida em atingir zero emissões em suas operações até 2030. “Já alcançamos 100% de eletricidade renovável e agora estamos trabalhando na expansão de modelos circulares que minimizam resíduos e emissões de carbono. É nossa ambição comunicar a pegada de carbono de cada produto que vendemos”, promete.

Brasil prepara legislação para rotulagem do carbono

Desde fevereiro, tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que torna obrigatório incluir nos rótulos de produtos comercializados no País informações sobre a quantidade de dióxido de carbono (CO²) emitida durante seu ciclo de vida, da extração da matéria-prima à destinação final. 

De acordo com informações da Agência Câmara de Notícias, o autor do projeto, o deputado Flávio Nogueira (PDT-PI) demonstra preocupação com os danos causados ao meio ambiente pelo aumento das emissões de CO² – gás responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, fenômeno causador do aquecimento global. A emissão de CO² na atmosfera decorre principalmente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa) e de queimadas e desmatamentos.

“A rotulagem ambiental baseada na Avaliação do Ciclo de Vida do Produto (ACV) criaria uma política de desenvolvimento de produtos mais saudáveis no mercado brasileiro, interferindo na poder de escolha dos consumidores e incentivando um novo estágio de boa convivência ambiental no País”.

Segundo a reportagem de Murilo Souza, os produtos fabricados no Brasil que mais emitem CO² são materiais de construção (concreto e agregados de carbonato), intermediários químicos (metanol, gás de síntese e ácido fórmico), combustíveis (líquidos e metano) e polímeros (polióis e policarbonatos).

Entre outras tecnologias emissoras de CO², destacam-se os extintores de incêndio, aparelhos de ar-condicionado, embalagens de alimentos, processos de limpeza a seco, aditivos para bebidas e para tratamento da água.

Fontes de Informação: Agência Câmara, Unilever, Oatly, Carbon Trust, The Food Institute

 

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