Dia Internacional da Mulher e a luta pela Igualdade de Gênero
O Dia Internacional da Mulher foi celebrado pela primeira vez em 08 de março de 1975, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O mesmo período marcou o Ano Internacional da Mulher da ONU, seguido pela Década da Mulher (1976-1985).
Mas a história do Dia da Mulher vem do início do século 20, quando o Dia Nacional da Mulher foi declarado em vários países para celebrar a igualdade, os direitos e liberdades das mulheres. Quando falamos de igualdade, nos referimos a equivalência entre mulheres e homens que devem ter os mesmos direitos e responsabilidades.
A promoção da igualdade e dos direitos das mulheres foi um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU (2000-2015) e também faz parte dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (2016-2030).
Objetivo 5. Igualdade de gênero: O objetivo é alcançar a igualdade de gênero e fortalecer os direitos e oportunidades de mulheres e meninas. Educar meninas e mulheres, acabar com a violência e a discriminação contra elas e envolvê-las na tomada de decisões sociais será de grande benefício para a sociedade como um todo.
Temos motivos para comemorar o Dia Internacional da Mulher?
Falar da condição da mulher significa perguntar-se sobre o seu papel no mundo atual, avaliar as desigualdades nas condições de vida e oportunidades oferecidas a ambos os sexos. Apesar das conquistas sociais e materiais das últimas décadas, ainda existem fortes desigualdades entre os gêneros: isso é muito evidente acima de tudo em países menos desenvolvidos, onde as mulheres são geralmente menos instruídas do que os homens e economicamente mais fracas, e têm menos acesso a necessidades básicas, como alimentação e cuidado médico.
Casamentos precoces e noivas ainda crianças são práticas difundidas em muitos países, especialmente no sul da Ásia e na África Subsaariana. Em países islâmicos, uma mentalidade conservadora e discriminatória prevalece. Fatores econômicos, aspectos culturais e religiosos também influenciam as desigualdades de gênero. Em vários estados de maioria islâmica há uma clara separação entre espaços masculinos e femininos. A participação feminina na vida política e social é escassa. O véu e outros tipos de roupas são impostos para esconder as formas do corpo. As mulheres são muitas vezes vítimas de violência não punida por lei.
Nos países considerados democráticos, os direitos das mulheres são legalmente reconhecidos. As mulheres estão inseridas em todos os meios de vida social, econômica e política e podem determinar seu papel de maneira autônoma. No entanto, especialmente na área do trabalho, ainda há vários obstáculos a serem superados. Poucas mulheres estão empregadas em posições de liderança em empresas e partidos políticos, e muitas lutam para conciliar a vida doméstica com a profissional. Em geral, as mulheres ganham quase metade do que os homens, mesmo quando fazem o mesmo trabalho.
A violência contra a mulher tem raízes históricas e culturais, evidenciando a opressão do homem. Ainda hoje cerca de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de violência, física ou sexual, dentro da família ou fora dela. A maioria dos atos de violência ocorre entre paredes domésticas, especialmente por parte do parceiro. A violência às vezes leva ao feminicídio, ou seja, ao assassinato de uma mulher ou menina por um homem.
Em alguns países, ainda existe o antigo costume de matar por honra, que permite que as mulheres sejam mortas por “mancharem a reputação” do marido, família ou comunidade, por exemplo.
A boa notícia é que evoluímos nas últimas décadas. Vimos progresso da sociedade e instituições no combate à violência de gênero, mas ainda temos um longo caminho pela frente.
O papel das mulheres no meio ambiente
Precisamos reconhecer imediatamente que há uma ligação vital entre gênero, equidade social e mudança climática. Sem igualdade de gênero, um futuro sustentável e igualitário estará fora de alcance.
Mulheres e meninas sofrem os maiores impactos da crise climática, pois amplifica as desigualdades de gênero existentes e coloca em risco a vida e os meios de subsistência. Em todo o mundo, as mulheres têm menos acesso aos recursos naturais e muitas vezes têm uma responsabilidade desproporcional.
À medida que mulheres carregam o fardo dos impactos climáticos, elas também são essenciais para liderar e impulsionar mudanças na adaptação, mitigação e soluções climáticas.
Sem a inclusão das mulheres, que representam praticamente a metade da população mundial, é improvável que as soluções para um planeta sustentável e um mundo com igualdade de gênero sejam concretizadas no futuro.
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