Agentes do Meio Ambiente conhecem a primeira usina termoelétrica a biogás pública do Brasil

Crédito da foto: Prefeitura de Ponta Grossa


Usina a Biogás de Ponta Grossa vai suprir 30% do consumo de energia de prédios públicos e prolongar a vida útil do aterro, que deixará de receber 30 toneladas de resíduos/mês

Equipe da Plataforma AMA – Agentes do Meio Ambiente esteve em Ponta Grossa na última quinta-feira (17) para conhecer a Usina Termoelétrica Municipal a Biogás (UTB). Inaugurada em abril de 2021, a inovadora UTB converte resíduo orgânico em energia elétrica. Esta é a primeira usina do país que fará o processo termelétrico como parte da gestão de resíduos pela administração municipal.

Em sua fase inicial, a UTB processa 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia, o que gera energia suficiente para garantir o próprio funcionamento da usina, além de abastecer outros espaços municipais. Segundo a Prefeitura de Ponta Grossa, o ganho energético gera uma economia de aproximadamente R$ 250 mil/mês.

Para o gerente de projetos da Plataforma AMA, Caetano Zagonel, a usina é um modelo a ser seguido por administrações municipais em todo o Brasil. “Soluções como a da Usina Termoelétrica a Biogás vão de encontro ao objetivo do AMA que é engajar a população em ações sustentáveis. Aqui vemos uma estrutura impressionante que cumprirá sua função com a participação de todos”, afirmou.

Coleta porta a porta 

Dando cumprimento à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a usina também vai colaborar para ampliação da vida útil do aterro, que deve deixar de receber 30 toneladas de resíduos mensalmente. “Agora podemos aperfeiçoar a gestão de resíduos em Ponta Grossa, tornando este processo cada vez mais sustentável. Iniciamos a operação da usina com a coleta de 75 grandes geradores de resíduos orgânicos e aos poucos queremos ampliar para a coleta também porta a porta. E essa coleta também será sustentável, com um caminhão elétrico, abastecido 100% com energia da própria usina”, explica o secretário de Meio Ambiente, Andre Pitela.

 

Crédito da foto: Prefeitura de Ponta Grossa

Como funciona a UTB

Para funcionar, diariamente um caminhão elétrico faz coleta dos resíduos orgânicos (resto de alimentos, hortifrutis, sementes, óleo de cozinha usado, etc.) e transporta até a UTB. Na Usina, o veículo poderá ser descarregado em dois pontos: moega de resíduo limpo (sem contaminantes), ou ser submetido a uma moderna e automatizada linha de segregação, com rasga sacos e peneira rotativa, visando retirar eventuais contaminantes (plástico, vidro e metais) misturados com os orgânicos.

O resíduo então é direcionado para um pré-tanque, onde é analisado e, estando em condições adequadas, é direcionado para os biodigestores. Na UTB foi implantado um moderno laboratório de análise de biogás, destinado a realizar as análises dos resíduos, o monitoramento dos processos e pesquisas na área.

A UTB conta com dois biodigestores, sendo que há espaço reservado para ampliação futura com outros dois biodigestores, passando a capacidade total de recebimento de 30 t/dia para 60 t/dia, e dobrando a capacidade de produção de energia elétrica.

No interior dos biodigestores, bactérias realizam a digestão da matéria orgânica através de um processo anaeróbico (sem a presença de oxigênio), e nesse processo produzem o biogás – um gás composto por grande quantidade de metano, material altamente combustível.

O gás é então direcionado para os motogeradores, onde é queimado, e com isso, produz-se energia elétrica, a qual é transferida diretamente para a rede da Companhia Paranaense de Energia – Copel.

AMA é finalista do desafio global Climate Smart Cities Challenge

O Climate Smart Cities Challenge é uma competição de inovação aberta para identificar soluções inteligentes para reduzir o impacto climático de Bogotá, Colômbia; Bristol, Reino Unido; Curitiba, Brasil; e Makindye Ssabagabo, Uganda. 

A plataforma AMA – Agentes do Meio AMbiente está entre as soluções escolhidas pela UN-Habitat (ONU) e a Agência de Inovação da Suécia (Viable Cities) para levar sua tecnologia inovadora para o desafio em Curitiba, no projeto de zero emissão de CO2 e de promoção do desenvolvimento socioambiental.

Nove finalistas participam do processo que culminará com o suporte para a capital do Paraná desenvolver um modelo de redução de gases do efeito estufa com foco na sustentabilidade energética, gestão de resíduos e mobilidade limpa e de baixo custo nas áreas definidas na proposta que habilitou Curitiba participar do Climate Smart Cities Challenge.

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