Brasileiros produziram 81,8 milhões de toneladas de resíduos em 2022
Maior parte dos resíduos sólidos coletados (61%) continua sendo encaminhada para aterros sanitários.
Em 2022, cada brasileiro produziu, em média, 1,043 kg de resíduos por dia, 381 kg no ano. No total foram 81,8 milhões de toneladas geradas nas residências, o correspondente a 224 mil toneladas diárias. Apresentados na última sexta-feira (09/12), os dados constam na edição 2022 do Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Em comparação a 2021, o levantamento revela uma pequena redução na geração de resíduos, no ano anterior o brasileiro produziu 1,062 kg ao dia. O número é justificado pela retomada das atividades presenciais após o avanço da imunização da população contra a COVID-19. Segundo o panorama, os centros de geração de resíduos foram sendo novamente deslocados dos domicílios para escritórios, escolas, centros comerciais, entre outros locais. Além disso, o modelo híbrido de trabalho passou a ser adotado em maior escala, levando a uma diversificação de locais de descarte de resíduos, mas fazendo com que as residências também permanecessem tendo um papel relevante na geração de resíduos.
A região com maior geração de resíduos continua sendo a Sudeste, com cerca de 111 mil toneladas diárias (aproximadamente 50% da geração do país) e uma média de 450 kg/hab/ano, enquanto a região Centro-Oeste representa pouco mais de 7% do total gerado, com cerca de 6 milhões de toneladas/ano, a menor dentre as regiões.
Em termos de geração diária por habitante, as variações regionais mostram-se bastante latentes, com a região Sudeste apresentando uma geração média de 1,234 kg/hab/dia, a maior do país e, na outra ponta, a região Sul com uma média de 0,776 kg/hab/dia.
Panorama aponta pequeno avanço na coletas de resíduos sólidos
Com relação à coleta dos resíduos sólidos urbanos, em 2022 o país registrou um total de 76,1 milhões de toneladas coletadas, levando a uma cobertura de coleta de 93%. O estudo ressalta que, enquanto as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste já alcançaram índice de cobertura de coleta superior à média nacional, as regiões Norte e Nordeste ainda apresentam índices que se aproximam de 83%, deixando boa parte da população sem acesso aos serviços de coleta regular de resíduos nessas regiões.
A coleta seletiva cresceu no Brasil, de 74,4% dos municípios brasileiros, em 2021, para 75,1% neste ano. A destinação correta dos resíduos sólidos coletados também registrou avanço na comparação entre um ano e outro, e passou de 60,5% no ano passado para 61% agora. As regiões Sudeste e Sul apresentaram os maiores índices de destinação correta do lixo sólido, com 74,3% e 71,6% respectivamente. No Norte, Nordeste e no Centro-Oeste, os indicadores estão muito abaixo da média nacional – com 36,6%, 37,2% e 43,5% respectivamente.
Destinação final ainda é um desafio
No Brasil, a maior parte dos resíduos sólidos coletados (61%) continua sendo encaminhada para aterros sanitários, com 46,4 milhões de toneladas enviadas para destinação ambientalmente adequada em 2022. Por outro lado, áreas de disposição inadequada, incluindo lixões e aterros controlados, ainda seguem em operação em todas as regiões do país e receberam 39% do total de resíduos coletados, alcançando um total de 29,7 milhões de toneladas com destinação inadequada.
Para ter acesso ao Panorama completo é preciso solicitar em https://abrelpe.org.br/download-panorama-2022/
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