Campanha alerta para riscos da inatividade física
Mês de Combate ao Sedentarismo é promovido pelo Conselho Federal de Educação Física. IBGE estima que 40,3% dos adultos são sedentários
Globalmente, quase 500 milhões de novos casos de doenças evitáveis ocorrerão entre 2020 e 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A inatividade física, o tabagismo, a má alimentação e o excesso de álcool, juntos, são responsáveis pela maioria dessas mortes. No Brasil, o problema é grave. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 40,3% dos adultos são sedentários.
Segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a inatividade física é um fenômeno que envolve mais de 20% da população mundial de adultos e mais de 80% da população mundial de adolescentes. Ou seja, um em cada quatro adultos, e quatro em cada cinco adolescentes não fazem atividades físicas regulares suficientes para atender às recomendações globais estabelecidas pela OMS. A prevalência de níveis insuficientes é alta em todo o mundo. Cabe ressaltar que, de acordo com as diretrizes, recomenda-se pelo menos de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para adultos, e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
Para conscientizar a população e incentivar a reversão desse quadro, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) promove, pelo segundo ano, a Campanha Abril Verde: Mês de Combate ao Sedentarismo – aproveitando o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) e o Dia Mundial da Saúde (7 de abril). Para atingir este objetivo, durante toda a campanha, o órgão irá informar sobre os riscos de se manter inativo e conscientizar sobre os problemas causados na saúde individual, pública, na sociedade e na economia.
O Abril Verde nasceu da percepção de que é preciso fomentar o debate. De acordo com o Presidente do CONFEF, Claudio Boschi, a campanha visa munir a sociedade de informações. “A inatividade física traz diversos prejuízos à saúde humana, e combatê-la é papel de todos. Por meio do Abril Verde, pretendemos divulgar amplamente os prejuízos causados pelo sedentarismo”, explica.
Além de incentivar a reflexão sobre o sedentarismo, é importante explorar marcadores sociais que limitam – e até inviabilizam – o acesso de certos grupos ao estilo de vida ativo: classe social, gênero, escolaridade, entre outros. O CONFEF acredita que chamar a atenção para esses recortes sociais é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes no fomento da atividade física.
Por si só, o sedentarismo é considerado uma doença. O remédio? Não há outro: atividade física. Se praticada de maneira regular e sob orientação do profissional de Educação Física, é fator de prevenção e controle de doenças não transmissíveis (como as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e vários tipos de cânceres) e beneficia ainda a saúde mental, prevenindo o declínio cognitivo, depressão e ansiedade.
E se a intenção for analisar o aspecto financeiro do país, levar uma vida ativa reduz custos com internações e medicamentos a longo prazo. Na esfera pública, a inatividade física causa gastos de até R$300 milhões ao SUS, somente com internações, de acordo com estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Vale lembrar que exercitar-se estimula ainda a adoção de novos hábitos saudáveis, como a melhora da qualidade do sono e da alimentação. O sedentarismo é um problema de interesse público que não pode ser ignorado.
Atividades nos municípios
De acordo com a análise de dados da Base de Informações Municipais do IBGE (BIM-IBGE), cerca de 88% dos municípios brasileiros contam com algum tipo de ação, projeto ou programa permanente na área de esporte. Entretanto, esse percentual é bem mais baixo quando se observa a existência de programas na área de esporte voltados à inclusão social em comunidades carentes (26,4%) ou para pessoas com deficiência (16,8%). Ao mesmo tempo, ao longo dos últimos anos constata-se uma queda significativa dos gastos com desporto e lazer na esfera federal, que representa, em média, apenas 0,024% do total de gastos federais.
ODS Relacionado
ODS 3 – Saúde e Bem-Estar – Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
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