Campanha Janeiro Branco abre debate sobre a importância da saúde mental
Com o tema “A vida pede equilíbrio!”, a 10ª edição do movimento brasileiro pela Saúde Mental promove ações no Brasil e no exterior
Desde 2014, acontece a Campanha Janeiro Branco, iniciativa social criada pelo psicólogo e palestrante mineiro, Leonardo Abrahão. Em 2023, o movimento completa dez edições com o objetivo de construir uma cultura da Saúde Mental, trabalhando pela psicoeducação dos indivíduos e pela criação de políticas públicas dedicadas às necessidades psicossociais da saúde mental.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde publicados em 2022, quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, vivem com algum transtorno mental, situação agravada pela pandemia da Covid-19 e por antigos tabus, preconceitos e desconhecimentos a respeito dos múltiplos universos da saúde mental.
Para Leonardo Abrahão, todas as pessoas, assim como todas as instituições sociais, vêm lidando, quase que às cegas, com as complexas e inevitáveis questões psicológicas que caracterizam os seres humanos, lidando sem o devido suporte da educação sentimental, da orientação emocional e do estímulo ao autoconhecimento, à autonomia mental e ao compromisso psicossocial.
“Muitos sofrimentos humanos, com ou sem transtornos mentais, podem ser prevenidos ou melhor conduzidos se as pessoas aprenderem estratégias verdadeiramente simples para cuidar da saúde mental”, lembra o especialista.
Ações dentro e fora do país
Durante o mês de janeiro, acontecem palestras, panfletagens, caminhadas, entrevistas, rodas de conversa, oficinas terapêuticas e tira-dúvidas sobre os temas “A Vida pede equilíbrio!”, “bem-estar emocional” e “qualidade emocional de vida” em diversas cidades do país. Além do Brasil, outros países já aderiram ao movimento, como é o caso do Japão, Cabo Verde, Angola, Portugal, Espanha, Colômbia e França.
Para saber mais sobre o Janeiro Branco e como aderir ao movimento, o site oficial da Campanha é www.janeirobranco.com.br.
Metas da OMS estendidas para 2030
O Atlas de Saúde Mental, lançado pela OMS em 2021, revelou dados devastadores sobre o tema no mundo. Não mais que 2% dos orçamentos dos governos para o setor da saúde são destinados a serviços de saúde mental.
O relatório contou com dados de 171 países e mostrou que nenhuma das metas para liderança e governança, prestação de serviços, promoção e prevenção envolvendo saúde mental estabelecidas para 2020 foram alcançadas.
Apenas 51% dos 194 países possuem política de saúde mental em conformidade com os instrumentos internacionais e regionais de direitos humanos, 25% integraram tratamentos de saúde mental em cuidados primários, e 52% cumpriram a meta relativa aos programas de promoção e prevenção da saúde mental.
A única meta atingida para 2020 foi uma redução na taxa de suicídio em 10%, mas apenas 35 países possuem um plano robusto para evitar a prática. Outro dado encorajador foi o aumento de países com programas de promoção e prevenção envolvendo saúde mental, que subiu de 41% em 2014 para 52% em 2020.
As metas globais relatadas no Atlas de Saúde Mental (2021) são do Plano de Ação de Saúde Mental Abrangente da Organização Mundial de Saúde, que continha metas para 2020. Esse plano foi estendido até 2030 e contém novas metas para a inclusão da saúde mental e do apoio psicossocial nos planos de preparação para emergências, a integração da saúde mental na atenção primária à saúde e a pesquisa em saúde mental.
Com informações da OMS, ONU Brasil e Janeiro Branco
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