Zeladoria ambiental é bom exemplo de combate ao idadismo
O professor de história Marcel Renê Barone
Uma em cada duas pessoas no mundo têm atitudes discriminatórias que pioram a saúde física e mental de pessoas idosas
Idadismo ou etarismo são as práticas preconceituosas e discriminatórias baseada na idade das pessoas. Assim como o racismo e o sexismo, o idadismo tem consequências para a saúde e o bem-estar das pessoas. Entre os idosos, o envelhecimento está associado a uma pior saúde física e mental, maior isolamento social e solidão, insegurança financeira, diminuição da qualidade de vida e morte prematura.
Relatório global divulgado pela Organização Mundial da Saúde (2021) aponta que uma em cada duas pessoas no mundo têm atitudes discriminatórias que pioram a saúde física e mental de pessoas idosas e reduzem sua qualidade de vida.
Todos os dias, a vulnerabilidade dos mais velhos é evidenciada. O preconceito etário está presente em diferentes ambientes – discriminação no acesso a cuidados de saúde, proteção inadequada em lares de idosos e da saúde mental de jovens e representações estereotipadas da mídia que colocam gerações umas contra as outras.
Exemplo de inclusão
Em funcionamento desde junho de 2022, o modelo inovador de zeladoria ambiental urbana implementado em Florianópolis é um exemplo de inclusão. Entre os 580 zeladores em atividade estão pessoas com idade mais avançada que são remuneradas por tarefas de limpeza urbana e educação ambiental.
O professor de história Marcel Renê Barone (59 anos) atuou na zeladoria, de outubro de 2022 a janeiro de 2023, na região do Rio Vermelho. Marcel Renê conta que a experiência foi enriquecedora e que se sentiu valorizado. “Adorei trabalhar ao ar livre e receber a atenção das pessoas da região. Algumas pessoas me criticaram por ser professor e estar fazendo um serviço braçal. Por outro lado, ganhava água, picolé e boas conversas. Tinha uma grande preocupação inclusive com o microlixo como papel de bala e bitucas de cigarro”, lembra.
Natural de Curitiba, após 10 anos vivendo em Florianópolis, Marcel Renê está de mudança. Ele passou em um concurso público para lecionar na cidade de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. “Depois de 9 anos, perdi meu emprego de professor em Florianópolis. Tentei me recolocar no mercado e acredito que por preconceito de idade não fui selecionado em algumas escolas. O AMA me deu uma oportunidade de trabalho e de ampliar meu conhecimento”, conta Marcel.
ONU promove a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030)
Atualmente, a população de pessoas com 60 anos ou mais é de 1 bilhão, a maioria vivendo em países de baixa e média renda. Para promover o envelhecimento saudável e melhorar a vida dos idosos e de suas famílias, a ONU sugere as seguintes linhas de ação: criar ambientes amigáveis aos idosos, combate ao preconceito de idade e cuidados a longo prazo.
Veja como combater o idadismo:
Guia para combater o preconceito de idade – https://bit.ly/3dlRojH
Guia rápido para combater o preconceito de idade na comunicação – https://bit.ly/2U5eNzk
Plataforma do Envelhecimento Saudável – https://www.decadeofhealthyageing.org/
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Meta 10.2 Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.
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