Cúpula da Amazônia abre espaço para economia circular

Cúpula da Amazônia abre espaço para economia circular

Tema está na Declaração de Belém, documento final do encontro dos países amazônicos que balizará a agenda conjunta para a região

Nos últimos dias 8 e 9 de agosto aconteceu, em Belém do Pará, a Cúpula da Amazônia, encontro que reuniu chefes de estado dos oito países que concentram a floresta em seu território – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e tem como principal pauta o desmatamento zero até 2030. O principal objetivo da Cúpula da Amazônia é evitar o ponto de não retorno, que poderia transformar a floresta em savana e gerar uma verdadeira catástrofe ambiental. Os oito países amazônicos  asssinaram a Declaração de Belém, documento que balizará a primeira agenda conjunta para a região.

Em meio às definições, houve um avanço importante para a pauta da economia circular, que foi citada nos ‘Objetivos e princípios transversais para a implementação da Declaração de Belém’ como “um dos itens a serem promovidos na área de economia para o desenvolvimento sustentável”. Confira o parágrafo na íntegra:

Promover a inovação de tecnologias para a sustentabilidade das cadeias produtivas da agropecuária, da pesca e da aquicultura, da silvicultura, da agrossilvicultura, da agricultura familiar e de outras áreas prioritárias, por meio do manejo integrado da floresta em pé e do uso sustentável dos recursos naturais, da geração de conhecimento, da recuperação de áreas degradadas, do fomento a práticas agrícolas sustentáveis e da agroecologia, reconhecendo os conhecimentos e as práticas da produção agrícola tradicional, outras abordagens inovadoras, sistemas de produção aquícola mais sustentáveis, a produção e o uso de energias renováveis e a promoção da economia circular para aprimorar os sistemas agroalimentares e a segurança alimentar das populações amazônicas, de acordo com as legislações nacionais e mecanismos de monitoramento existentes em seus respectivos territórios na Amazônia;

Essa é a primeira vez que o tema entra em uma declaração da América do Sul, principalmente com foco na regeneração. Isso demonstra que os governantes estão valorizando o tema e que ele está conquistando sua relevância internacional – ou seja, torna-se uma pauta cada vez mais importante a ser discutida.

De acordo com Luisa Santiago, líder da América Latina da Fundação Ellen MacArthur:

“Os países amazônicos começaram a compreender a importância de medidas de economia circular e, principalmente, numa perspectiva de regeneração da natureza. A economia circular é um modelo capaz de ajudar a natureza e as empresas a prosperarem a partir do design de produtos e modelos de negócios. A partir desta declaração da Cúpula, estamos confiantes de que a região pode liderar esta transição econômica.”


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