Tecnologia revoluciona serviço de limpeza pública no Brasil
Solução desenvolvida pela Smart Citizen reduz 70% o custo da operação nas cidades
Com a participação da população e uso da tecnologia, um dos serviços públicos mais antigos do Brasil começa a mudar após 146 anos. Desde 1876, o serviço de limpeza pública urbana segue sendo realizado da mesma maneira, e com os mesmos recursos, quando começou a ser prestado no Rio de Janeiro pela empresa francesa Aleixo Gary. A Zeladoria Ambiental Digital, da Plataforma AMA, acrescenta o aparelho celular ao tradicional equipamento composto pelo carrinho de lixo, vassoura e pá.
A novidade foi tema da apresentação de Marcelo Crivano, idealizador da Plataforma AMA, no painel “Vivendo em uma cidade inteligente: um salto no futuro”, realizado no Smart City Expo Curitiba 2022 na última sexta-feira (25). Desde 2019, a Smart Citizen desenvolve um modelo descentralizado de gestão da limpeza pública urbana no qual o cidadão é o protagonista.
A Zeladoria Ambiental Digital engaja a população para atuar na limpeza e preservação do próprio bairro. O morador é um zelador ambiental remunerado e um multiplicador de boas práticas ambientais. Por meio de um aplicativo no celular do próprio zelador orienta a execução e registra suas tarefas.
Para comprovar as atividades, a ferramenta monitora e orienta as ações realizadas pelos participantes. Com a ajuda do GPS, cada percurso é registrado com fotos e tags que indicam as tarefas cumpridas. Além da fiscalização via GPS e fotos, o serviço prestado é constantemente avaliado pelos próprios moradores da área.
Maior eficiência com menor custo
Ao monitorar a rotina dos garis, em cidades paranaenses, constatou-se baixa produtividade na jornada de trabalho, na logística da operação e na quilometragem das rotas de serviço. O tempo de trabalho efetivo representa apenas 34% do total da jornada, enquanto o gasto com a logística de transporte, alimentação, distribuição de equipamentos entre outros ocupa 64% de todo o expediente.
Segundo Marcelo Crivano, o modelo tradicional criou uma máquina de matar tempo. “Além das horas diárias perdidas com a logística da operação, os profissionais do setor sofrem com a invisibilidade imposta pela sociedade. Isso gera uma desmotivação sistemática e muito danosa para o indivíduo. O AMA promove a interação dos zeladores com a sua vizinhança criando um protagonismo local e melhorando a autoestima da pessoa”
Para comprovar a eficiência do modelo, em Maringá, Paranaguá e Cianorte, moradores atuaram como garis em seus bairros por alguns meses. Com uma jornada de trabalho de apenas oito horas semanais os zeladores conseguiram cobrir a mesma área de trabalho que as seis horas diárias do tradicional modelo.
Quem confirma o sucesso da Zeladoria é Andrea Silva e Souza de Almeida. Ela conta que após um mês e meio de atuação como zeladora no bairro Vila do Povo em Paranaguá já vê a mudança de atitude dos vizinhos. “Infelizmente no meu bairro ainda existe muita sujeira. Mas essa realidade está mudando. Hoje, um vizinho cobra do outro essa mudança de atitude”, conta Andrea.
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Gostei muito da apresentação do AMA, vou indicar ao prefeito de minha cidade.